Apropriação Indébita contra Idosos: Entenda o Crime
Consequências legais da apropriação indébita contra idosos
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Apropriação Indébita contra Idosos: Como funciona? Entenda com Exemplos e Veja as Penalidades

A apropriação indébita contra idosos é uma prática criminosa cada vez mais frequente no Brasil, principalmente devido ao aumento da população idosa e à sua vulnerabilidade frente a golpes, fraudes e abusos patrimoniais. Entender como esse crime funciona, as principais fraudes, as penalidades previstas e, principalmente, como se proteger, é fundamental tanto para os próprios idosos quanto para as suas famílias e cuidadores. Neste artigo, você vai encontrar uma explicação simples e direta sobre o tema, exemplos práticos, referências legais, principais dúvidas buscadas na internet e orientações para agir diante desse tipo de situação.

O Que é Apropriação Indébita contra Idosos?

Segundo o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), apropriação indébita é o ato de se apoderar ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, desviando-os da sua finalidade original, sem o consentimento adequado do titular. Isso inclui desde o uso indevido do cartão de banco até transferências suspeitas, empréstimos fraudulentos ou apropriação de imóveis e outros bens [1].

O artigo 102 do Estatuto do Idoso define claramente:

Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.”

Portanto, qualquer pessoa (familiar, cuidador, vizinho, profissional, etc.) que praticar esse ato pode ser responsabilizada penalmente [2].

Principais Exemplos de Apropriação Indébita de Bens de Idosos

Alguns exemplos práticos para facilitar a compreensão de como a apropriação indébita contra idosos pode acontecer:

  • Filhos ou netos que utilizam o cartão do idoso para fins próprios, sem autorização.
  • Desvio de aposentadoria ou pensão por parte de cuidador ou familiar, deixando o idoso sem recursos.
  • Indução do idoso a fazer empréstimos consignados para terceiros, sem que compreenda claramente a operação.
  • Transferência de imóveis ou carros do idoso para o nome de terceiros sob falsas promessas.
  • Obrigações fraudulentas: fazer o idoso assinar documentos sem explicação.
  • Utilização de procuração para movimentar contas bancárias para benefício próprio e não para o idoso.

Essas situações, infelizmente, são comuns e abrangem desde pequenos desvios até fraudes milionárias [3].

Diferenças entre Apropriação Indébita, Estelionato e Outras Fraudes

Muitas vezes, há confusão entre apropriação indébita, estelionato e furto. Enquanto o furto envolve o apoderamento sem qualquer relação prévia, e o estelionato parte da fraude (induzir o idoso ao erro), a apropriação indébita normalmente ocorre quando o bem estava sob a responsabilidade legítima de alguém (familiar, cuidador, advogado, etc.) e este se apodera do bem para si [8].

Crime Como acontece Diferença principal
Apropriação indébita O bem está legalmente sob posse de alguém, que passa a agir como dono ilegítimo Posse legítima inicial + desvio indevido
Estelionato O autor engana a vítima para obter vantagem Fraude, engano prévio
Furto O autor tira bem da vítima sem posse anterior Apropriação ilegítima desde o início

Fraudes Mais Comuns Praticadas Contra Idosos

Além da apropriação direta de bens, outras formas de fraudes patrimoniais e abusos são práticas recorrentes contra idosos:

  • Empréstimos consignados sem autorização ou explicação clara.
  • Golpes de falsos parentes (“golpe do WhatsApp” pedindo dinheiro urgentemente).
  • Venda ou cessão de bens mediante pressão emocional ou ameaça.
  • Uso indevido de procuração para transferências bancárias ou de patrimônio.
  • Obrigações feitas sob coação, como doações forçadas ou alterações de testamento.

Esses golpes podem vir de familiares próximos ou de pessoas que conquistam a confiança do idoso, sendo considerados crimes graves sob a ótica do Estatuto do Idoso e do Código Penal [7].

Penalidades para Quem Pratica Apropriação Indébita contra Idosos

A legislação é rigorosa para esse tipo de crime. A pena para apropriação indébita contra idosos é de 1 a 4 anos de reclusão, além de multa, conforme o artigo 102 do Estatuto do Idoso. Caso haja outras agravantes, como violência física, psicológica ou patrimonial, as penas podem ser aumentadas [4].

Para configurar o crime, é necessário comprovar que a vítima tinha 60 anos ou mais e que houve desvio ou apropriação indevida dos valores, violando o direito do idoso à autonomia e segurança financeira. Quando o valor apropriado for pequeno e o réu for primário, pode ser aplicado o privilégio de pena reduzida, mas isso não elimina a gravidade do ato [6].

Projetos de Lei e Rigor no Combate ao Crime

Recentemente, projetos de lei buscam aumentar ainda mais as penas e criar campanhas de orientação para combater os golpes financeiros e fraudes patrimoniais contra idosos, dada a crescente preocupação com esse tipo de violência [5].

Como Denunciar e Proteger o Idoso

Se você suspeita ou tem conhecimento de qualquer forma de apropriação indébita contra idosos, é fundamental agir. As principais formas de denúncia incluem:

  • Disque 100: Canal nacional de denúncias de violação de direitos humanos.
  • Delegacia de Polícia: Especialmente a Delegacia do Idoso, onde houver.
  • Ministério Público: Promotoria do Idoso em sua cidade.
  • Defensoria Pública: Para orientações jurídicas e defesa dos direitos do idoso.

Além de denunciar, é importante estar atento a mudanças de comportamento do idoso, movimentações bancárias suspeitas e pressão para assinar documentos. Familiares e cuidadores devem ter transparência e buscar orientação jurídica quando necessário.

Prevenção: Dicas para Evitar Fraudes e Apropriação Indébita

  • Evite compartilhar senhas e cartões, mesmo com familiares.
  • Converse abertamente sobre finanças com pessoas de confiança.
  • Desconfie de solicitações urgentes de dinheiro, principalmente por telefone e aplicativos.
  • Oriente o idoso sobre golpes comuns e como agir.
  • Tenha registros e contratos claros para qualquer atividade patrimonial.
  • Busque sempre o apoio de advogados especializados para orientação e proteção dos direitos.

Perguntas Frequentes Sobre Apropriação Indébita contra Idosos

  • O que é apropriação indébita de bens de idoso?
    Quando alguém responsável pelos bens do idoso usa-os para fins próprios sem autorização adequada, violando a lei.
  • A pena para apropriação indébita contra idosos é maior do que para outros crimes semelhantes?
    Sim, por reconhecer a vulnerabilidade do idoso, a legislação prevê penas específicas e rigorosas.
  • Como provar o crime?
    É necessário reunir provas documentais, testemunhais e bancárias que comprovem o desvio ou apropriação indevida.
  • O que fazer se desconfiar que um idoso está sendo vítima?
    Buscar orientação jurídica, comunicar os órgãos competentes e tomar medidas para garantir a segurança da vítima.

Conclusão

A apropriação indébita contra idosos é uma realidade grave e que exige atenção redobrada da família, da sociedade e das autoridades. Proteger o patrimônio e a dignidade dos idosos é um dever legal e moral. Se você ou alguém próximo está passando por essa situação, busque ajuda imediatamente. Conhecer a lei, identificar as fraudes e agir de forma preventiva são os melhores caminhos para evitar sofrimentos e garantir os direitos de quem já contribuiu tanto para a sociedade. Em caso de dúvidas, procure nossa assessoria jurídica especializada em direito do idoso.

 

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