Terrorismo e Organizações Criminosas no Brasil
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A Relação entre Terrorismo e Organizações Criminosas: Entenda as Conexões, Exemplos e Desafios no Brasil

A relação entre terrorismo e organizações criminosas tem gerado intensos debates no Brasil, especialmente diante do crescimento de facções envolvidas em crimes organizados, tráfico de armas, financiamento ilícito e outras práticas que desafiam as autoridades e afetam diretamente a vida dos cidadãos. Neste artigo, vamos explicar de maneira clara como essas duas formas de criminalidade se conectam, analisar exemplos práticos a partir da realidade brasileira e abordar as principais dúvidas dos usuários sobre o tema.

O que são organizações criminosas e terroristas?

Organizações criminosas são grupos estruturados, compostos por várias pessoas, com o objetivo de obter lucros por meio de atividades ilícitas, como tráfico de drogas, extorsão e lavagem de dinheiro. Já as organizações terroristas se caracterizam por utilizar a violência ou ameaças para alcançar objetivos políticos, ideológicos ou religiosos, causando medo generalizado na sociedade.

No Brasil, a lei diferencia claramente esses conceitos. Enquanto grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) são legalmente considerados organizações criminosas, grupos estrangeiros como o Hezbollah podem ser enquadrados como organizações terroristas em certos contextos internacionais [1]. Entretanto, o debate sobre essa diferenciação cresce a cada ano, influenciando propostas de mudança na legislação [2].

Por que existe conexão entre terrorismo e crime organizado?

A interseção entre terrorismo e organizações criminosas acontece, principalmente, porque ambas buscam fontes de financiamento ilícito e atuam em mercados ilegais. Muitas vezes, organizações terroristas recorrem a grupos criminosos para obter recursos, logísticas e apoio operacional, especialmente em atividades como tráfico de armas e tráfico de drogas [8].

Essas alianças são facilitadas por fatores como:

  • Necessidade de financiamento para ações terroristas;
  • Uso de rotas de tráfico já conhecidas por organizações criminosas;
  • Busca por lavagem de dinheiro em sistemas de crime organizado;
  • Aproximação nas zonas de fronteira, onde a fiscalização é mais fraca;
  • Falta de clareza na legislação brasileira sobre a classificação desses grupos.

Terrorismo no Brasil: como a lei trata a relação com o crime organizado?

Hoje, a legislação brasileira não considera facções como PCC e CV como terroristas. O principal argumento é que, no Brasil, só é classificado como terrorismo aquilo que tem motivação política, ideológica ou religiosa, e não apenas o intuito de obter lucro [1]. Por isso, grupos criminosos focados em tráfico de armas e drogas ainda não são considerados terroristas, apesar de utilizarem, muitas vezes, as mesmas táticas violentas [4].

No entanto, há um movimento crescente para modificar essa abordagem. O Senado aprovou projeto que tipifica como atos terroristas determinadas práticas cometidas por organizações criminosas e milícias, principalmente aquelas que impõem domínio territorial e utilizam violência contra o Estado ou a população [2].

Práticas Ilícitas e Fontes de Financiamento

O financiamento ilícito é um dos principais elos entre crime organizado e terrorismo no Brasil. Para viabilizar suas ações, tanto terroristas quanto facções criminosas recorrem a:

  • Tráfico de armas, drogas e pessoas;
  • Roubos, sequestros e extorsão;
  • Lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada;
  • Parcerias para movimentação de dinheiro entre fronteiras;
  • Uso de criptomoedas para dificultar o rastreamento financeiro.

No Brasil, a Lei nº 13.260/2016 prevê punição rigorosa para o financiamento do terrorismo, incluindo penas de reclusão e apreensão de bens [6]. O objetivo é cortar o fluxo financeiro que sustenta tanto as organizações terroristas quanto as criminosas.

Casos e Exemplos Reais

As grandes facções brasileiras, como PCC e CV, expandiram sua atuação para além do tráfico de drogas, controlando presídios e áreas urbanas, além de influenciarem regiões de fronteira [2]. Há também indícios de colaboração entre facções brasileiras e grupos terroristas estrangeiros, especialmente no tráfico de armas [1].

Por exemplo, autoridades internacionais já monitoraram possíveis vínculos financeiros e operacionais entre facções nacionais e o Hezbollah, grupo reconhecido como terrorista em diversos países. Essas ligações ocorrem principalmente no âmbito do tráfico internacional e da lavagem de dinheiro, especialmente em áreas de fronteira, como na Tríplice Fronteira Brasil-Paraguai-Argentina [8].

Desafios para o poder público e para a sociedade

Os principais desafios para o combate a essas conexões envolvem:

  • Adequação da legislação para enquadrar novas formas de atuação criminosa;
  • Fortalecimento da cooperação internacional e inteligência policial;
  • Corte eficaz das fontes de financiamento ilícito;
  • Proteção da sociedade diante do domínio territorial de facções;
  • Desburocratização dos processos para bloqueio de bens e ativos;

Mudanças Legislativas Recentes e Propostas

Em resposta ao avanço do crime organizado, foram propostas mudanças na lei para ampliar o conceito de terrorismo e permitir o enquadramento de grupos criminosos nacionais, como facções e milícias, como organizações terroristas. O objetivo é endurecer as penas e facilitar o bloqueio dos recursos financeiros dessas organizações [5].

Além disso, está em discussão a criação de uma lista nacional de organizações terroristas, medida já aprovada em comissão na Câmara dos Deputados, para facilitar o reconhecimento legal desses grupos e aprimorar o combate aos crimes organizados [3].

Perguntas Frequentes sobre Terrorismo e Crime Organizado

1. Facções criminosas brasileiras podem ser consideradas terroristas?

Hoje, legalmente, o Brasil não classifica facções como PCC e CV como organizações terroristas. A legislação atual foca a definição de terrorismo em crimes com motivação política, religiosa ou ideológica. No entanto, há propostas em andamento para ampliar esse conceito, diante do aumento da violência e do domínio territorial promovido por esses grupos [4].

2. Como ocorre o financiamento ilícito do terrorismo?

O financiamento ilícito ocorre por meio de atividades criminosas, como tráfico de armas, drogas, extorsão, roubos e lavagem de dinheiro. No Brasil, a legislação prevê penas rigorosas para quem financiar, direta ou indiretamente, atividades terroristas [6].

3. Existem provas de ligação entre crime organizado brasileiro e grupos terroristas internacionais?

Há indícios e investigações em andamento sobre possíveis parcerias logísticas e financeiras, principalmente com grupos envolvidos no tráfico internacional de armas e drogas, sobretudo nas regiões de fronteira [8].

Conclusão

A relação entre terrorismo e organizações criminosas é complexa e desafiadora. Apesar de a legislação brasileira ainda separar essas duas práticas, a realidade mostra que as fronteiras entre elas se tornam cada vez mais tênues, especialmente considerando o domínio territorial, o uso intenso da violência e o financiamento ilícito. O combate a esses fenômenos exige atualização das leis, fortalecimento das instituições e cooperação internacional. Para a sociedade, entender esses conceitos é fundamental para reconhecer os riscos, cobrar políticas públicas eficazes e buscar segurança.

Se você tem dúvidas sobre crimes organizados, terrorismo ou precisa de orientação jurídica sobre financiamento ilícito, consulte nossos especialistas. Nossa equipe acompanha as mais recentes mudanças na legislação e está pronta para defender seus direitos com segurança e conhecimento.

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